![Paneles en sombra [Painéis em sombra] Paneles en sombra [Painéis em sombra]](/media/thumbs/uploads/coleccion/xua53thEU6Qc.jpg)
Paneles en sombra [Painéis em sombra]
Nevelson, Louise. 1961
Mais informaçãosobre a obra
Obra-prima
Inventário 7792
Obra Não Exibida
Os objetos e as ambientações tiveram ampla difusão nos anos sessenta. Em 1962 Marta Minujín expôs objetos ensamblados a pinturas. Esse mesmo ano, em Paris, começou a trabalhar com telas de colchoes em um tipo de escultura têxtil que utilizou pouco depois para construir estructuras habitables: ambientações que podiam ser recorridas pelo público (1). A participação queria ampliar os tradicionais conceitos de contemplação da obra de arte. Participar propunha de alguma maneira, refazer a própria experiência do artista e assim estender o campo vivencial do contemplador, agora convertido em ativo participante. Desalinhar por meio do jogo foi uma ideia sempre presente na obra de Minujín desde aqueles anos. Seus lúdicos colchoes para balançar-se e “viver em” são paradigma do otimismo vitalista do pop argentino.
De regresso em Buenos Aires, apresentou no Premio Nacional Di Tella de 1964 Eróticos en technicolor, instalação de quatro esculturas, y ¡Revuélquese y viva! Instalação recorrível que obteve o primeiro lugar (2). Em Eróticos en technicolor os diferentes volumes moles, orgânicos, se amarram, interpenetram, em alusão a dois corpos durante um ato sexual. A provocação do assunto via-se intensificada no título com a inclusão do término technicolor: como nos filmes de então, o technicolor oferecia fidelidade à realidade (3). Minujín tomou o atrativo desse reclame da cultura popular cumprindo, ironicamente, com uma das tradições mais cruciais da arte, a de ser reflexo do visível.
Cada escultura pingente, suspendida por meio de grossos ressortes, estava realizada em tela de algodão pintada com têmperas fluorescentes e rechiadas com borracha espumosa. O motivo riscado sobre a tela imitava–com uma paleta muito mais vibrante– os estampados dos cotines, dos colchoes. Balançar-se nestas esculturas rememorava o rebote sobre um cotín, como se dizia em gíria a cama. Em os de proclamação de liberação sexual, a incitação a “torcer-se e viver” era uma consigna provocadora também pelo uso da linguagem popular. Citas ao lunfardo, gíria do linguajar do tango, se reiteram na obra de Minujín. Em 1965, realizou junto a Rubén Santantonín e uma nutrida equipe de artistas La menesunda (4), uma ambientação que toma seu título do vocábulo lunfardo que significa problema, desordem, mistura. Todas as qualidades que Minujín reconhecia na cidade e a cultura urbana contemporânea. A obra foi muito popular e extensamente visitada. Propunha distintas situaciones que o participante devia experimentar. Entre elas uma sala tapizada em suas três dimensões com esculturas moles que modificavam a percepção do corpo ao caminhar. Tal como o pop, definido como una arte de eterno presente (5), La menesunda foi à primeira ambientação, a nível mundial, que incorporou um circuito fechado de televisão, transmitindo em “vivo e em direto” o que nela ocorria.
1— La pieza del amor, junto ao artista holandês Mark Brusse, atelier dos artistas na rue Delambre, Paris, 1963.
2— Para a recepção internacional ver: Thomas Messer, The Emergent Decade. Latin American Painters and Painting in the 1960s. New York, Cornell University Press/Solomon R. Guggenheim Museum, 1966 e Damián Bayón, Aventura plástica de Hispanoamérica. Pintura, cinetismo, artes de la acción 1940-1972. México DF, FCE, 1974.
3— O technicolor foi uma inovadora tecnologia cinematográfica que permitiu abandonar o branco e preto e filmar as cores reais.
4— La menesunda de Marta Minujín e Rubén Santantonín com a colaboração de Pablo Suárez, David Lamelas, Rodolfo Prayón, Floreal Amor e Leopoldo Maler, teve lugar entre o 28 de maio e o seis de junho de 1965 nas salas do Centro de Artes Visuais do Instituto Torcuato Di Tella da Rua Florida.
5— Ver: Jorge Romero Brest, Relación y reflexión sobre el arte pop. Buenos Aires, Instituto Torcuato Di Tella, 1967, mimeo.
1969. ROMERO BREST, Jorge, El arte en la Argentina. Buenos Aires, Paidos, p. 72 (Colchones). 1979. SAFONS, Horacio, “La decada del 60” em: Gabriel Levinas (ed.), Arte argentino contemporáneo. Madrid, Ameris, p. 95 (Colchones).
1985. GLUSBERG, Jorge, Del pop art a la Nueva Imagen. Buenos Aires, Gaglianone, reprod. p. 321 (Matelas).
1997. LOPEZ ANAYA, Jorge, Historia del arte argentino. Buenos Aires, Emece, p. 295 (Eróticos en technicolor).
1999. GLUSBERG, Jorge, “Vivir en arte. Muestra antologica de Marta Minujin” em: Marta Minujín, cat. exp. Buenos Aires, MNBA, p. 17-18 (Colchones multicolores).
2003. LOPEZ ANAYA, Jorge, La vanguardia informalista. Buenos Aires 1957-1965. Informalismo, arte destructivo, arte cosa. Buenos Aires, Alberto Sendros, p. 79. — LOPEZ ANAYA, Jorge, Ritos de fin de siglo. Arte argentino y vanguardia internacional. Buenos Aires, Emece, p. 154.
2004. KATZENSTEIN, Ines (ed.), Listen, Here, Now! Argentine Art of the 1960s: Writings of the Avant-Garde. New York, The Museum of Modern Art, p. 343.
2005. LOPEZ ANAYA, Jorge, Arte argentino. Cuatro siglos de historia (1600-2000). Buenos Aires, Emece, p. 417, 421 (Eróticos en technicolor).
2006. GIMENEZ, Edgardo (ed.), Marta Minujín por Jorge Romero Brest. Buenos Aires, Edgardo Gimenez, reprod. color [s.p.]. — GIMENEZ, Edgardo (ed.), Jorge Romero Brest. La cultura como provocación. Buenos Aires, Edgardo Gimenez, reprod. color p. 231.
2007. KATZENSTEIN, Ines (ed.), Escritos de vanguardia. Arte argentino de los años 60. Buenos Aires, Fundacion Espigas, p. 352.
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